Por falta de opção,
estudava. Muito. Acabou gostando. Estudava tudo da escola e, ainda por cima,
piano. Mas desse jamais gostou, afinal não podia carregá-lo para a esquina e
tornar-se popular. Só custou a abandonar o instrumento porque lhe dava um
pretexto para chegar cedo à escolinha de música e ficar apreciando as meninas
(sempre elas) do ballet. Depois resolveu gastar os fins de semana
tocando guitarra e cantando num conjuntinho de iê-iê-iê. Muito mal, outra vez.
Isso tudo acabou no ano do vestibular. Formou-se médico, mas nunca exerceu,
Virou cientista e professor, e descobriu que era possível ser criativo sem ser
um artista. Passou anos ensinando e, um dia, percebeu que o que precisava mesmo
era voltar a aprender. Tudo de novo, agora através de suas próprias palavras.
Ao contrário de Graciliano, parou de fumar cedo e espera viver para sempre. Pelo
menos em um ou outro coração.
Rafael Linden
* Parece plágio, e é...Foi um exercício da Oficina de Escrita Criativa: escrever um autorretrato no estilo do Auto-retrato aos 56 anos, de Graciliano Ramos http://www.graciliano.com.br/grporelemesmo.html.
Esse textículo (urgh...) ficou lindo! Senti algo como Woody Allen por aqui... Mas me deu tristeza. Não o vejo assim, você é um grande vencedor - em tudo!
ResponderExcluirFamília perdoa qualquer coisa, né?
Excluir:-)
bj
R