A sociedade e suas instituições funcionam como orquestras. Não é segredo que nas agremiações musicais, assim como em todos os agrupamentos humanos, há divergências, ciúmes e inimizades, instrumentistas de melhor ou pior formação e qualidade, mais ou menos colaboração ou solidariedade e lutas intestinas por poder ou prestígio. Mas quando o bom regente assume o controle, seus gestos harmonizam os componentes.
Açoitar violoncelistas
por ninharias, silenciar os metais em prol das cordas por crença ou
idiossincrasia, coçar distraidamente o nariz com a batuta ou distribuir
pilhérias para a platéia durante o concerto não contribuem para o ritmo. Acabam
por distrair o primeiro violino e, daí em diante, todos os outros. O mesmo
acontece quando os músicos ignoram a liderança do regente.
Em lugar da
indispensável cooperação e respeito instala-se um caos de ruídos. A orquestra
desafina. E a dissonância se transmite em cadeia, descompassando a sinfonia humana.
Rafael Linden
* Jorge Mester, em entrevista a David Suzuki, no programa de TV
canadense The nature of things. http://www.cbc.ca/natureofthings/
Isso me lembrou uma velha anedota: Um pianista medíocre encerrou seu concerto e a platéia pediu "bis". Feliz da vida, ele concedeu o bis, e mais um e mais outro, até que, já cansado, perguntou à audiência: "Até quando vocês vão pedir para eu tocar de novo?" Resposta da platéia: "Até você tocar bem..."
ResponderExcluir:-)
ExcluirGenial o texto! Acabei de virar fã e fiel seguidor do blog! :-)
ResponderExcluirDesprezando analogias e falando pura e simplesmente de maestros e orquestras, devemos lembrar que existem certamente algumas "anomalias" por aí:
http://www.youtube.com/watch?v=oJ2ZLr87lLY
;-)
Obrigado, Bruno. Vou olhar o link mais tarde, acabei de chegar em Caxias do Sul para a ELAG.
Excluirabs
Rafael