Há tempos, um anúncio de absorvente
íntimo, criado pela agência Lage Magy para enfatizar a modernidade do produto,
popularizou o bordão “Incomodada ficava sua avó”. Pois, a revista eletrônica do
Smithsonian Institute publicou um
comentário da jornalista Helen Fields sobre estudos científicos que comprovam vantagens
do envelhecimento. E não é que os pesquisadores estão, cada vez mais, demonstrando
empiricamente que isso existe?!...
A reportagem começa citando um estudo
feito na Universidade de Michigan, com duzentos voluntários de várias idades,
os quais deviam formular sugestões para resolver problemas alheios. Os que já
tinham passado dos sessenta anos de idade sairam-se muito melhor do que os mais
jovens para imaginar pontos de vista distintos, elaborar soluções variadas e
reduzir conflitos.
Leitores mais belicosos, a esta
altura, já estão resmungando que esse negócio de apaziguar é “coisa de velho” e
que “pobrema se resorve é na porrada”. Vá lá, respeitemos as opiniões alheias,
afinal eu já estou oficialmente autorizado a estacionar na vaga de idosos. Dois
pontos, hífen, fecha parênteses (vejam como sou muderno).
Um outro estudo foi feito por uma
psicóloga da Universidade de Stanford, com voluntários de dezoito a noventa e
quatro anos de idade. Os dados demonstraram que, à medida que a idade aumentava, eles
se mostravam mais felizes e suas emoções tendiam a reverberar cada vez menos.
Em particular, emoções negativas, como tristeza, raiva ou medo, eram menos
intensas nos mais velhos do que nos mais jovens. E ainda há quem ache que
“velho chato” é mais frequente que “adolescente chato”.
Interessante também foi o resultado
de um terceiro estudo, feito por um sociólogo da Universidade Cornell, que
entrevistou mil e duzentas pessoas e, com frequência, ouviu de sessentões que eles desejariam ter
aprendido a desfrutar de cada momento quando tinham trinta anos, em lugar de só
te-lo aprendido em idade mais avançada. Dá o que pensar, principalmente quando
alguém reclama que jovens não pensam no futuro e só se preocupam em se divertir
“como se não houvesse amanhã”.
Não estou surpreso com nada disso. Não
sei vocês, mas de minha parte já faz algum tempo que passei a guiar minha vida
com base na máxima de que “se não tem solução, não é um problema”. Os outros,
em geral, acham que é um pingo de sabedoria quando, na verdade, trata-se meramente
de um princípio matemático.
Seja como for, estou ficando cada vez
melhor na arte de me aborrecer menos. Experimente, eu recomendo.
Rafael Linden
Estamos na mesma onda, hiper_ imunizados!
ResponderExcluirabs JS
Nada como usar a idade a nosso favor, né?
Excluirabraço
R
Ótimo,chega de hipervalorizar a juventude. Está mais que na hora de termos um lobby pró-senior.
ResponderExcluirConte comigo!
Excluirbjs
R
Olá Rafael
ResponderExcluirPost publicado no Portal Teia.
Até mais
Obrigado,
Excluirab
R
Endosso totalmente o seu texto, meu jovem!!!
ResponderExcluir[x]dr
:-)
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