Os pesquisadores lembram que esta secagem rápida é essencial para evitar o resfriamento súbito do corpo em lugares frios, coisa que acontece com frequência a animais em seu ambiente natural. Recorrem ao exemplo de que qualquer um de nós, ao sair de uma banheira, do mar ou da piscina, carrega consigo cerca de meio litro de água. Já um rato leva o que, num ser humano, é equivalente a três ou quatro litros e uma formiga carrega o que equivaleria, nos nossos ombros, a mais de duzentos litros de água. Enquanto o líquido está na superfície do corpo do animal ele perde calor e, em lugares mais frios, se arrisca a sofrer hipotermia, que pode ser fatal. Isto, concluem os especialistas, explica porque foram bem sucedidos os mecanismos de secagem rápida que evoluiram e persistiram nos animais modernos. Tais como, acrescentaria eu, a toalha felpuda da gentil leitora que, pelo amor de Deus, de forma alguma deve se ofender ao ser arrolada, apenas a título de exemplo, junto com cachorros e ursos nesta prosaica crônica.
Sempre atentos às possibilidades de
beliscar a sabedoria da natureza, os cientistas, agora, estão estudando
detalhadamente os movimentos do corpo, da pele e dos pelos dos, com perdão da
palavra, cachorros molhados, para entender as razões de tamanha eficiência e,
assim, encontrar maneiras de aplicar os mesmos princípios a situações que vão
desde máquinas de lavar e secar, até veículos espaciais. Esses últimos podem ser
prejudicados, não por água, mas pela poeira que neles se deposite, como
aconteceu, por exemplo, no pouso em Marte do laboratório móvel Curiosity, o
qual está funcionando com uma certa perda de energia devida ao pó que se
acumulou nos painéis de captação de energia solar. Seria ótimo se os painéis
pudessem se livrar, eficientemente, desta poeira com umas poucas sacudidelas.
Mas quem realmente ficou feliz com
esta descoberta foi a doceira da padaria aqui da rua. Quando soube desta
história, seus olhos brilharam e ela disse que, até que enfim, descobriu a resposta
para a dúvida que atormentava sua família há anos. Por que, sempre que terminava
de pendurar a roupa lavada dela, do marido e dos oito filhos para, pelas
próximas horas, secar (a roupa, não a família) no varal que fica no quintal de
sua casa em Cordovil, seu cãozinho de estimação ficava por ali latindo por
alguns minutos antes de voltar para dentro de casa? Sem pestanejar, ligou para casa
e comunicou ao marido.
- Benhê, descobri. O cachorro está
cantando um trecho daquele samba-canção do Lupicínio Rodrigues, que diz “ah, se
soubessem o que eu sei...”
Rafael Linden
raining cats & dogs: uns se livram rápido de líquido (dogs) e outros se abastecem rapidamente de líquido (cats).
ResponderExcluirhttp://news.sciencemag.org/sciencenow/2010/11/cats-tongues-employ-tricky-physi.html
http://www.wired.com/wiredscience/2010/11/cats-lapping/
-Mauricio Trambaioli
Bem lembrado. Acho que não havia gatos no estudo do pessoal da Georgia Tech...
Excluir:-)
Adorei!!!!
ResponderExcluirObrigado, Shirley
Excluirbejo
Rafael