Cada missão espacial tem suas dificuldades. Neste caso, depois de oito meses, o final da viagem será especialmente tenso. Os cientistas da NASA estão chamando o curto período entre a chegada à atmosfera de Marte e o pouso do Curiosity, de “sete minutos de terror”. Isso, por causa do tempo previsto entre a chegada ao topo da atmosfera e o pouso no solo de Marte, bem como do tempo que sinais eletrônicos levam para trafegar da Terra até lá ou vice-versa. Resumindo, se o laboratório se espatifar na chegada, os cientistas só saberão sete minutos depois.
A principal maravilha da missão está
na engenharia que foi desenvolvida para superar as dificuldades do pouso. A
espaçonave que leva o laboratório chegará lá a uma velocidade de vinte e um mil
quilômetros por hora. A atmosfera de Marte é suficiente para causar preocupação
com o atrito, mas fina demais para frear bem o veículo. Assim, o problema é
muito maior do que na reentrada de veículos espaciais ou satélites artificiais
na atmosfera terrestre. Entre outras coisas, para ajudar a desacelerar o
veículo foi preciso construir um paraquedas com capacidade para aguentar uma
força muito superior à exercida por qualquer veículo usado anteriormente. O
enredo continua com a ação de um conjunto de foguetes para ajudar o Curiosity a baixar suavemente na direção no solo marciano, a apenas três quilômetros por
hora, enquanto os próprios foguetes se soltam e voam para longe. A sincronia
tem de ser perfeita, caso contrário o laboratório se chocará violentamente com
o chão e adiós. E, como sinais de
controle levariam quatorze minutos para ir da Terra a Marte à velocidade da
luz, todo o sistema está pré-programado nos computadores de bordo, sem chance
de correção caso algo dê errado.
Ou seja, por volta das duas e meia da
madrugada de seis de agosto haverá, no centro de controle espacial, manifestações
ruidosas de felicidade ou suspiros de decepção. Todos que se interessam por
assuntos espaciais devem estar ansiosos pelo desfecho desta etapa da missão. Eu
sou um deles. Mas, minha mente torpe não me impediu de lembrar do best-seller “Os
sete minutos”, de Irwin Wallace, que focaliza uma batalha judicial a respeito da
acusação de obscenidade assacada sobre uma obra fictícia com o mesmo título. Esse
último livro narrava os pensamento de uma mulher durante os alegados sete
minutos de uma relação sexual. Coisa essa que, queiram perdoar, assim como os
sete minutos de terror do Curiosity, também pode acabar em manifestações
ruidosas de felicidade ou suspiros de decepção...
Rafael Linden
7 min de relação sexual ou é de adolescente ou totalmente sem sal, portanto acho que os suspiros serão de decepção. Não entendo porque tanto interesse em Marte. A baixa temperatura de lá não torna a vida inviável?
ResponderExcluirCaro Arnaldo
ExcluirLembre-se de que o livro é de 1969, ano em que estávamos no vestibular...
Quanto a Marte, não sei se alguém tem a expectativa de morar lá, mas o planeta está suficientemente próximo à Terra para garantir o interesse em sua exploração. É mais ou menos como certos balneáreos ou cidadezinhas de montanha que há por aí. São inviáveis para passar férias tranquilas, mas ficam tão pertinho...
:-)
Post divulgado meu amigo.
ResponderExcluirAté mais
Maravilha, obrigado pelo destaque!
Excluirab
Rafael
Muito boa crônica: relação que nem Freud explicaria, mas engraçado é... Também acho que poderiam - os 7 min - acabar em suspiros de felicidade, afinal nem sempre quantidade = qualidade. E convém nunca generalizar. Beijão, super-parabéns! Não é à-toa que será hoje que aportarão em Marte. Mera coincidência? Não, com certeza! Cientistas não acreditam em coincidências.
ResponderExcluirE, afinal, tudo acabou em felicidade no centro de controle espacial...
ResponderExcluir:-)
beijo grande
R